O Senado Federal aprovou nesta terça-feira (2), por 50 votos a 24, um projeto que altera a Lei da Ficha Limpa e reduz, na prática, o tempo de punição para políticos cassados. A medida muda a contagem do prazo de inelegibilidade, que é de oito anos, permitindo que ele comece a ser contabilizado a partir do momento da cassação, e não mais após o fim do mandato para o qual o político havia sido eleito.
Na bancada potiguar, o senador Rogério Marinho (PL) foi o único a votar favoravelmente ao afrouxamento das regras, isolando-se politicamente no Rio Grande do Norte. Já o senador Styvenson Valentim (PSDB) votou contra a proposta, enquanto a senadora Zenaide Maia (PSD) sequer compareceu à votação.
A decisão de Marinho chama atenção por se tratar de uma mudança que beneficia diretamente políticos condenados ou afastados do cargo, reduzindo a punição de quem comete irregularidades. O gesto contrasta com o discurso de moralidade na política que ele costuma adotar em suas falas públicas, mas que, na prática, não se refletiu no plenário do Senado.
Críticos apontam que o voto de Rogério Marinho enfraquece um dos maiores avanços da legislação eleitoral brasileira, a Lei da Ficha Limpa, criada para impedir que gestores condenados ou cassados retornem rapidamente à vida pública.